A tempos venho filosofando comigo mesma pensando nos rumos que a Dança do Ventre tomou e vem tomando não só no Brasil, mas em todo o mundo.
Dança do Ventre X Inovação, atualmente passa por dois caminhos perigosos:
1- A descaracterização da dança;
2- A falta de personalidade e a escolha por se tornar uma cópia de uma famosa.
Infelizmente o ato de se tornar uma cópia perfeita de bailarinas famosas impera, cópia das top do mundo todo. Juro que não consigo compreender porque alguém escolhe se tornar uma cópia ao invés de se tornar uma bailarina.
Além de cópia de estilo de dançar existem também as cópias de coreografias.
Particularmente acho cópia coreográfica um vexame completo, além de ser totalmente antiético e antiprofissional.
Particularmente acho cópia coreográfica um vexame completo, além de ser totalmente antiético e antiprofissional.
Fico impressionada, como pode uma bailarina que faz anos de dança, que se
forma em cursos de bailarina ou de professora ter a coragem de fazer apresentações solo e de grupo
com cópias de coreografias.
Cadê a criatividade minha gente? Se inspirar...tudo bem... agora copiar uma coreografia, ou várias sequencias, tipo 80% ... É muito triste!
Usar a mesma música e até figurino igual "pelamor de Jesuisss" né... dói!
Cadê a criatividade minha gente? Se inspirar...tudo bem... agora copiar uma coreografia, ou várias sequencias, tipo 80% ... É muito triste!
Usar a mesma música e até figurino igual "pelamor de Jesuisss" né... dói!
Já perdi as contas
de quantas vezes vi com meus próprios olhinhos coreografias plágio recebendo
premiação de 1º lugar em concursos no estado onde moro, que é o RS. Não sei ó que é pior: A cara de
pau de quem leva uma cópia de coreografia para um evento e concurso, ou a
falta de ética e conhecimento de quem julgou. Aí você me pergunta: Mas e se a jurada não conhece a coreo copiada? Gente, quem no mundo bellydance já não sabe de cor e salteado o DVD da
Jillina - BDSS em Paris? Pois é, é a bíblia da DV, todo mundo conhece.
Então, eu já vi várias daquelas coreos em festivais de escolas e até concursos em meu estado.
E o estilo argentino? Segundo mais copiado no Brasil, depois em 3º vem o egípcio.
Então, eu já vi várias daquelas coreos em festivais de escolas e até concursos em meu estado.
E o estilo argentino? Segundo mais copiado no Brasil, depois em 3º vem o egípcio.
Para piorar a situação, de outro lado vemos coreografias inovadoras até
demais, tipo descaracterizando total e geral a DV... pooo... não dá pra chegar no
meio termo hein? afff... Até “Belly Can Can “ tem... Sorry! Não curto!
Agora a moda é pena, pluma, figurino carnavalesco, burlesco, mini
saia, méga fendas, tecidos que dão a impressão que se está pelada, véus com
lâmpadas, e por aí vai...
E assim o preconceito de
que DV é só uma "dancinha erótica e exótica" vai se perpetuando
né ... também vão querer o que?
Bailarinas que apresentam uma dança clássica e que interpretam os grandes clássicos da música árabe são a minoria! As que se atrevem muitas vezes são friamente criticadas, chamadas de "sem graça" pelas atuais bellydancers estudantes e até por outras profissionais.
Bailarinas que apresentam uma dança clássica e que interpretam os grandes clássicos da música árabe são a minoria! As que se atrevem muitas vezes são friamente criticadas, chamadas de "sem graça" pelas atuais bellydancers estudantes e até por outras profissionais.
Tá... tudo bem,
usar um acessório que dê uma impressão visual legal em palco é válido sim, quem sabe
algum dia eu use também o véu wings de lâmpada... kkk...
Mas, o problema é a falta de qualidade na dança ... só acessório chique e figurino caro não fazem milagre né.
O problema é que a inovação atual está em desequilíbrio e a falta de criatividade esta criando as cópias.
Mas, o problema é a falta de qualidade na dança ... só acessório chique e figurino caro não fazem milagre né.
O problema é que a inovação atual está em desequilíbrio e a falta de criatividade esta criando as cópias.
No meio do turbilhão de tudo isso ainda existem
bailarinas e professoras que não perderam sua lucidez e nem bom senso, continuam criando, sim, criando coreografias, conceitos para espetáculos, criando figurinos interessantes sem
serem vulgares, criando novas técnicas de didática e ensino da dança, tudo com
qualidade e inovação equilibrada, mas sem banalizar a arte da Dança do Ventre já tão
sofrida.
Fico muito feliz
por me achar entre estas que seguem o tradicional, faço questão de ser autentica, mesmo que me
considerem antiquada ou fora de moda, sem graça, ou qualquer outro adjetivo
maléfico.
Ultimamente tenho queimado minha cabeça, pensando em novas formas
de ensino da dança, estou investindo minhas energias no compartilhamento das bases da DV, a cada curso e plano de aula que crio eu aperfeiçoo a
mim mesma, como bailarina e como professora.
Minha formação em dança se iniciou pelo balé clássico e contemporâneo,
então minha dança sempre teve esta influência em minha postura, mas nunca
descaracterizei a Dança Oriental, não me incluo nas
atuais “Belly Baléticas”.
Reconheço e me
orgulho do diferencial em minha dança que é a postura, a leveza, a
feminilidade, a fluidez, a interpretação e o encantamento que provoco enquanto danço. Eu reconheço o meu valor, valorizo meus pontos positivos e permaneço humilde em minhas limitações. Considero que o estudo de uma bailarina deve ser eterno.
Não executo movimentos
circenses e nem acrobáticos, eu uso movimentos básicos, trabalho leitura
musical, expressão facial e corporal em equilíbrio.
Ultimamente tenho estudado novas formas de uso dos braços, novos movimentos para deslocamento,
novas sequencias, técnicas de quadril, sempre respeitando esta dança milenar, vender minha alma, sem perder minha essência.
Esta viagem
pessoal tem me rendido ótimos frutos, muitas experiências e vivências
gratificantes, me sinto plena e tranquila ao dançar. Não danço para impressionar ninguém. Eu dança para emocionar.
A evolução pessoal em todas as áreas do conhecimento é com certeza o maior objetivo de todos os seres, como chegamos lá é o X da questão!
E você, em que
parte da jornada você se encontra?
Janahina Borges
Bailarina,
Coreógrafa, Professora
Campeã Brasileira e Sulamericana de Danças Árabes
Campeã Brasileira e Sulamericana de Danças Árabes
Criadora do Projeto RITMOS ÁRABES
Membro do Conselho Internacional da Dança - CID member nº 21134
Membro do Conselho Internacional da Dança - CID member nº 21134
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